O Brasil tem as tarifas de celular mais caras do mundo e até bem pouco tempo, nenhuma delas tinha nada que se queixar ao governo do PT, s...
O Brasil tem as tarifas de celular mais caras do mundo e até bem pouco tempo, nenhuma delas tinha nada que se queixar ao governo do PT, sempre conivente com os abusos e a péssima qualidade dos serviços. Cobrança dos serviços pode calar a classe C
Mas a situação para as operadoras tem mudado desde a chegada dos
serviços de voz sobre IP no Whatsapp. A queda na receita foi brutal.
Curiosamente, esta nova tecnologia não afeta da mesma forma outras operadoras
ao redor do mundo. Por terem uma tarifação mais honesta para chamadas, o
impacto do recurso disponível no Whatsapp e em outros aplicativos não é tão
significativo quanto para as operadoras do Brasil.
Aproveitando a brecha da falta de regulamentação, as operadoras
estão bloqueando o acesso ao aplicativo através do pacote de dados. A Proteste
pediu abertura de inquérito contra empresas de telefonia por eventuais
bloqueios nos serviços de chamada de voz em aplicativos como WhatsApp e Viber.
A representação foi feita junto à 3ª Câmara de Consumidor e Ordem Econômica da
Procuradoria-geral da República (PGR) esta semana. Cinco entidades se uniram à
Proteste na representação.
“As empresas não têm direito de interferir nos aplicativos de voz.
Não se pode bloquear o acesso a um determinado aplicativo. Essa representação é
para que o consumidor não seja prejudicado”, explicou a coordenadora
institucional da Proteste, Maria Inês Dolci. Segundo ela, as empresas de
telefonia já se movimentam contra aplicativos de chamada de voz que não usam a
linha telefônica tradicional, e sim conexão à internet.
As operadoras já começaram a pressionar o governo para inibir o uso
da tecnologia. Esta semana, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini,
defendeu os radiodifusores nacionais e acrescentou o WhatsApp à lista dos
serviços que devem ser regulamentados. “Dá para dizer que esses aplicativos
estão operando à margem da lei”, comentou o ministro, admitindo claramente que
o governo mais uma vez irá priorizar as operadoras de telefonia e não o
consumidor.
É sabido que o governo estuda formas de inibir os protestos
organizados pelo WhatsApp. A cobrança pelo uso dos serviços seria uma
alternativa de calar a população de menor poder aquisitivo.
@muylaerte
